Agronegócio
Chuvas na região Sul favorecem os plantios de verão
Atenção se volta ao mês de novembro, quando há previsão de redução nas precipitações
Divulgação -
Sob influência do fenômeno climático La Niña, a tendência no Rio Grande do Sul é de redução no volume e frequência das precipitações, especialmente no mês de novembro. "Os prognósticos indicam que o La Niña vai continuar influenciando o clima no Rio Grande do Sul até o final deste ano e apontam para chuvas abaixo da média para os próximos três meses (outubro, novembro e dezembro)", ressalta a meteorologista do Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga), Jossana Cera. Segundo ela, novembro é um mês crítico por sua climatologia já ser naturalmente de menos chuvas no Estado, diz. "Além de chover menos e ainda com previsão de chuvas abaixo da média, a tendência é que seja um mês ainda mais seco para o Rio Grande do Sul como um todo", destaca.
Ela explica que na faixa leste do Estado, onde está localizada a Zona Sul, tem se observado uma frequência um pouco maior de chuvas. "Não são volumes altos, mas com frequência relativamente alta em comparação às outras regiões do Estado e por isso, pode ser que não se tenha problemas tão graves na região em relação a chuvas", diz. No entanto, algumas dessas chuvas podem não ocorrer como o previsto, pois com a proximidade do verão, a irregularidade nas precipitações aumenta. "A partir da virada do ano será preciso analisar as condições que estarão prevalecendo no mês de dezembro para a realização de novo prognóstico". ressalta. De modo geral, durante o verão as chuvas são irregulares e, com esse resfriamento do Oceano Pacífico que caracteriza o La Niña, a sua irregularidade pode ser maior ou parecida com o que ocorreu no ano passado, finaliza.
O pesquisador do Laboratório de Agroclimatologia da Embrapa Clima Temperado, Silvio Steinmentz, ressalta que anos de La Niña costumam ser favoráveis para o arroz. Por ser uma cultura irrigada, os reservatórios estarem praticamente cheios em todas as regiões no início do mês de outubro e a estiagem prevista de novembro em diante, cabe aos produtores organizar a irrigação para não faltar água no final do ciclo, próximo da colheita, em março. No entanto, culturas de sequeiro, como a soja, podem ter alguma complicação.
Ele explica que no ano retrasado, quando foram registradas as produtividades mais altas no Estado, acima de nove mil quilos, foi ano de La Niña. "Tivemos uma primavera relativamente fria e com isso as plantas atrasaram o seu ciclo e aumentaram o seu potencial", ressaltou. Quanto mais tardia (ciclo longo) a variedade maior o potencial de produção.
Clima na última semana
Segundo a Emater Regional, a última semana iniciou com temperaturas baixas e com relatos de geadas, após dias nublados e temperaturas ainda um pouco abaixo da média na maioria dos dias, com algumas precipitações. No entanto, na maioria dos dias foi possível o avanço do preparo das terras para os cultivos de verão. A ocorrência de chuvas de baixa intensidade periodicamente nas últimas semanas mantém as condições de umidade do solo adequado ao manejo de plantio e tratos culturais das espécies cultivadas. Segundo o extensionista da Emater Regional, o engenheiro agrônomo, Evair Ehlert, há um entusiamo muito grande dos produtores em relação à cultura da soja, que pode ter um crescimento de área ainda maior do que o inicialmente previsto. Por ser uma cultura de sequeiro, a previsão de irregularidade nas chuvas preocupa.
Na região da fronteira, o solo apresenta umidade boa o que favorece a semeadura do arroz, milho e pastagens, porém as temperaturas, ainda baixas, causam preocupação para a germinação destas culturas de verão. O Norte da Região também teve clima favorável para a continuidade das operações de preparo das áreas e plantio das culturas de verão. Clima se manteve estável e com pequeno volume de chuva no final da semana.
A Barragem do Chasqueiro, responsável pela irrigação de aproximadamente 7,5 mil hectares de lavouras no seu entorno, apresenta nível de água 41,69 metros, aumentando de 94,5% para 95% de armazenamento no período, ainda repondo seu nível, que é de 42 metros.
Houve registros de precipitações de 22 mm, em São José do Norte, 10 mm em Tavares e 6,6 mm em Rio Grande. O Banhado do Taim com um alto nível de água, sendo que a Lagoa Mirim está com seu nível alto, como se é de esperar nesta época do ano.
Em Santa Vitória do Palmar, as chuvas foram de 45 mm e Chuí , 48 mm. Herval registrou 7,0 mm, Pedras Altas 3,0 mm, Jaguarão 7,5 mm e Arroio Grande acumulou 9,0 mm. Na Colônia de Pelotas foram registradas precipitações entre 14,0 mm e 10 mm. Registrados ainda 6,0 mm em Pedro Osório e Capão do Leão, 8,0 mm em Morro Redondo e 17 mm em Arroio do Padre. São Lourenço do Sul acumulou 7,0 mm e Turuçu 26 mm.
Sem seca até agosto
O Monitor de Secas, da Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA) realiza o acompanhamento contínuo do grau de severidade das secas no Brasil com base em indicadores do fenômeno e nos impactos causados em curto e/ou longo prazo e incluiu o Rio Grande do Sul, entre os cinco estados que tiveram um abrandamento do fenômeno, entre os meses de julho e agosto deste ano. A situação do Rio Grande do Sul foi de estabilidade do fenômeno em metade do Estado. Os impactos de curto prazo são para déficits de precipitações recentes até seis meses. Essa ferramenta vem sendo utilizada para auxiliar a execução de políticas públicas de combate à seca e pode ser acessada tanto pelo site monitordesecas.ana.gov.br quanto pelo aplicativo Monitor de Secas, disponível gratuitamente para dispositivos móveis com os sistemas Android e iOS.
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